Fundação Eugénio de Almeida promove conferência comemorativa do V centenário da canonização de São Bruno

Perpetuar o legado de Fé da Ordem dos Cartuxos

Fundação Eugénio de Almeida promove conferência comemorativa do V centenário da canonização de São Bruno

A Fundação Eugénio de Almeida promove, no próximo dia 11 de dezembro, pelas 15h00, no Fórum Eugénio de Almeida, a conferência comemorativa do V centenário da canonização de São Bruno. A iniciativa visa reforçar os laços que unem a Fundação Eugénio de Almeida à Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli e relembrar uma Cartuxa que permanece viva e ativa, celebrando os ideais de São Bruno, seu fundador, de sacrifício, oração e entrega a Deus.

A conferência abre com uma comunicação do Presidente do Conselho de Administração da Fundação Eugénio de Almeida, Cónego Eduardo Pereira da Silva, à qual se segue o primeiro painel de intervenções, designadamente Santidade de S. Bruno por Joaquim Chorão Lavajo, Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Évora, e Canonização de São Bruno pelo Padre Antão López, Prior da Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli.

Na segunda parte da conferência apresentam-se os dois últimos trabalhos realizados no âmbito da Bolsa de Investigação sobre a Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli, criada para incentivar e distinguir a investigação e o estudo multidisciplinar do que tem sido a Cartuxa de Évora ao longo de 400 anos: Contributos para a reconstituição virtual da Livraria do convento da Cartuxa (1587-1834), de Francisca Mendes, Mestre em Gestão e Valorização do Património Cultural e Técnica Superior no Arquivo Distrital de Évora e Contemplativos e solidários no coração da Igreja e do Mundo: A vida Cartusiana na renovação conciliar, dos investigadores João Luís Inglês Fontes, Doutor em História Medieval, investigador do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e Maria Filomena Andrade, Doutora em História Medieval pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Docente na Universidade Aberta.

A conferência será moderada por Mário Tavares de Oliveira, docente do Instituto Superior de Teologia de Évora.
O programa da conferência termina com uma visita à Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli, limitada aos participantes masculinos, por respeito às regras de clausura.

Relembre-se que a Fundação Eugénio de Almeida prossegue a vontade de Vasco Maria Eugénio de Almeida, seu Instituidor, de assegurar a manutenção e conservação do Mosteiro da Cartuxa enquanto património espiritual, artístico, histórico e cultural único em Portugal, para que a Ordem da Cartuxa se mantenha em Évora e possa persistir inalterável e fiel ao seu ideal de contemplação e oração.

Convento de Santa Maria Scala Coeli – a Cartuxa de Évora  
A introdução da Ordem Cartusiana em Portugal deu-se em 1587 com a chegada dos primeiros monges vindos da Cartuxa espanhola Scala Dei (Terragona), que provisoriamente se estabeleceram no Palácio Real de Évora.
As obras do novo mosteiro, sob a invocação da Santa Maria Scala Coeli (Escada para o Céu), iniciaram-se em Abril de 1593 e a transferência dos monges para o Mosteiro foi feita em Dezembro de 1598. Após cerca de dois séculos e meio de vida silenciosa e orante, e na sequência da expulsão das ordens religiosas, decretada em Maio de 1834, a comunidade cartusiana de Évora viu-se espoliada do seu património integrado na Fazenda Nacional. Neste largo período, destaca-se a ocupação do Convento pelas tropas castelhanas aquando do cerco a Évora em 1663. Em 1852, e após a compra em hasta pública da propriedade de um particular, é instituída no recinto conventual uma escola agrícola. Extinta esta escola são os edifícios e terras compradas por José Maria de Almeida, em 1869. Posteriormente, o seu neto, Engº Vasco Eugénio de Almeida, promoveu o restauro e reconstrução das partes degradadas (1948), devolvendo o Mosteiro à Ordem de São Bruno. No ano de 1960, instalou-se aí uma comunidade que cumpre o ideal cartuxo de “reclusão” voluntária e vocação contemplativa. A devoção de Vasco Maria Eugénio de Almeida à Cartuxa continua presente através da Fundação, que prossegue a sua missão de garantir todas as condições para que a Ordem da Cartuxa possa persistir inalterável e fiel ao seu ideal de contemplação e oração.


Os Cartuxos
Os Cartuxos formam uma Ordem milenar, fundada por São Bruno. Hoje em dia, compõe-se de cerca de 450 monges e monjas que levam uma vida solitária no coração da Igreja, e inclui 24 casas distribuídas em três continentes, vivendo a mesma vocação contemplativa. Como todos os monges, os cartuxos consagram sua vida inteira à oração, para trabalhar por sua salvação e pela de todo o mundo. Esta ordem contemplativa apoia-se de maneira particular sobre três elementos: a solidão; combinação de vida solitária e de vida comunitária e liturgia cartusiana

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