O trabalho de Ana Vidigal pode ser comparado a uma série de caixas que se abrem sucessivamente, revelando camadas e camadas de significado. Cada peça artística é uma parte desse quebra-cabeças intrigante, um convite para explorar as múltiplas dimensões da experiência humana. Partindo do que de mais pessoal existe para falar daquilo que é universal, Ana Vidigal mergulha profundamente em temas sociais diversos, compartilhando seu olhar intenso e único sobre o mundo.
Nesta retrospetiva inédita, reúne-se um impressionante conjunto de obras, abrangendo quatro décadas de produção artística, que oferecem ao público a oportunidade de mergulhar na evolução criativa da artista ao longo desse período. Ana Vidigal utiliza como matéria-prima para suas criações uma variedade de elementos, como sedimentos, restos, memórias, cartas e fotografias, todos extraídos da complexidade da vida, explorando minuciosamente os vestígios de vidas obsessivamente guardadas e reinventadas.
ANA VIDIGAL (Lisboa em 1960)
Formou-se em Pintura da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e foi Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1985 e 1987. [4] Seguiu-se um estágio na Casa das Artes de Tavira com o pintor Bartolomeu Cid. No final da década de 90, foi nomeada artista residente do Museu de Arte Contemporânea do Funchal, durante 1998 e 1999.
Em 1999, a AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte) ofereceu ao Brasil uma coleção inspirada na carta de Pero Vaz de Caminha, composta por quadros de onze artistas diferentes, sendo Ana Vidigal um deles.
A sua obra tem integrado várias iniciativas promovidas por entidades públicas, nomeadamente o Instituto Português do Património Arquitetónico que a convidou a criar uma chávena de porcelana para o projeto Um Artista, um Monumento. Integra também o conjunto de artistas convidados, pelo Metropolitano de Lisboa, a criarem paneis de azulejos para as estações de metro de Lisboa, sendo dela os que estão nas estações de Alvalade e Alfornelos.
As suas obras podem ser encontradas em diversas coleções públicas e privadas.
PATRÍCIA REIS (Lisboa, 1970)
Estudou História e História de Arte, e tem um mestrado em Ciência das Religiões. Começou a sua carreira jornalística em 1988, no semanário O Independente. Trabalhou em diferentes órgãos de comunicação social, incluindo o Expresso e o Público. Realizou um estágio na revista norte-americana Time, em Nova Iorque. Trabalhou em produção de programas de televisão e foi coautora de um programa de rádio sobre Literatura. Editora da revista Egoísta, tem feito a curadoria artística da publicação desde o seu lançamento, em 2000. A Egoísta, revista multipremiada, é um reflexo da forma como entende a arte e a cultura.
Publicou vários livros de ficção nas Publicações Dom Quixote, e é autora da coleção infantojuvenil Diário do Micas e de outros volumes infantis, todos com o selo do Plano Nacional de Leitura. É coapresentadora do podcast Um Género de Conversa. Em 2024, publicará a biografia de Maria Teresa Horta.