Depois de se apresentar no Centro de Arte e Cultura, a exposição Aparato, do artista eborense Rui Macedo, viaja agora até Badajoz, onde poderá ser vista no MEIAC - Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo.
Há no trabalho artístico de Rui Macedo uma persistente inquirição em torno da pintura e do pintar. Fascinado pelos grandes mestres e pelos segredos do labor oficinal, pela cor e pela densidade matérica, o artista eborense tem interpelado a pintura e a história da pintura a partir da sua condição contemporânea. Neste seu percurso, confronta-se e confronta-nos com as inquietudes da ilusão pictórica, explora as possibilidades da representação ao mesmo tempo que testa os seus limites, propõe um elaborado, mas subtil, sistema de aproximação às convenções e dispositivos da pintura. Trata-se, quase sempre, de conduzir o espectador num jogo: entre o que reconhece e o que pensa reconhecer, entre exposição e ocultação, evidência e aparência. Trata-se de o fazer entrar no deslumbramento da pintura ao mesmo tempo que se armadilham as lógicas de circulação no espaço, se dilatam as escalas que ritmam as obras, se oculta na sala a materialidade sem mácula do jogo da pintura. Rui Macedo vem construindo uma obra ímpar e esta exposição no Centro de Arte e Cultura confirma-o largamente.
José Alberto Ferreira
RUI MACEDO (Évora, 1975)
Doutorado em Pintura pela FBAUL (bolsa I&D atribuída pela FCT). Recebeu as Bolsas de apoio ao Projeto Artístico/Artes Visuais, atribuídas pela Fundação Calouste Gulbenkian para as instalações Caleidoscópio em 2012 (Viseu, PT), Mnemosyne em 2013 (Rio de Janeiro, BR), Piège em 2017 (Porto Alegre, BR), Sfumato em 2019 (Madrid, ES), pela Promoción del Arte/Ministério de Educación, Cultura y Deporte para a instalação Un cuerpo extraño em 2013 (Madrid, ES) e a Bolsa de Residência Artística para Investigação em Pintura atribuída pela FCT/ CIEBA em 2011-2012.