05-11-2024 > 26-01-2025

Centro de Arte e Cultura, Piso 0 / Espaço Atrium

Digitálias

Coletivo Digitálias

EXPOSIÇÃO

Curadoria de Digitálias e Joaquim Tavares

De terça-feira a domingo, 10h00-13h00 / 14h00-18h00 | Entrada livre

Inauguração a 5 de novembro | 17h30

 

Esta exposição integra os trabalhos desenvolvidos em laboratórios artísticos das Digitálias, enquanto coletivo artístico constituído por mulheres sobreviventes de violência doméstica, que foram apoiadas pela Associação Ser Mulher. Este coletivo, tem o núcleo na ASM - Associação Ser Mulher, sediada em Évora, e como principal agregadora, Teresa Veiga Furtado, artista, investigadora do CHAIA - Centro de História de Arte em Investigação Artística e docente da UÉ - Universidade de Évora. O coletivo surgiu no contexto de um projeto de investigação artística do CHAIA, na área científica da arte multimédia e da violência doméstica. Das oficinas levadas a cabo resultou um conjunto de obras de arte cocriadas, tendo sido já integradas em diversas exposições. Estas oficinas das Digitálias e as suas publicações têm sido acolhidas por instituições como a Câmara Municipal de Évora, a Biblioteca Municipal de Évora, a Fundação Eugénio de Almeida, a Fundação Inatel, e laboratórios e centros de investigação como o In2Past, o ITI-LarSys/IST, o CIEBA/FBAUL e o SDI da University of the Arts London.

O nome Digitálias, inspirado na palavra «digital», surge no intuito de recorrermos à tecnologia computacional e à arte multimédia e transmédia para capacitação de raparigas e mulheres sobreviventes de violência em relações de intimidade. Este projeto procura criar modelos e metodologias que possam ser utilizados por instituições académicas e até por outras respostas de intervenção social no âmbito do apoio a vítimas de todas as formas de violência contra mulheres e raparigas, ou da promoção da não-violência, do combate a todas as formas de desigualdades interseccionais entre mulheres e homens, incluindo a raça, etnia, origem, religião, identidade ou orientação sexual, mobilidade reduzida e outras ainda. Propõe-se a arte e a cocriação artística como uma possível política ativa para promoção do respeito pelos direitos humanos, pelo combate a todas as desigualdades e a todas as violências

Nos laboratórios feitos recorreu-se às artes digitais, visuais, multimédia, performativas e humanistas para desenvolver trabalhos assentes na emoção, na imaginação, na razão e na partilha, que possibilitam às participantes e aos seus filhos traduzirem a experiência traumática da violência, do isolamento, do desespero, mas também do encontro, da amizade, da possibilidade de superação que aqui se enaltece, exponenciando a consciência crítica, cívica e de cidadania. Defendemos um conjunto de práticas artísticas participativas e cocriativas, em que o saber é construído de forma horizontal, não-hierárquico, de uma forma sustentável e respeitante dos valores da igualdade, da democracia e da justiça social. Entre as temáticas abordadas salientamos: tipos de violência (física, psicológica e emocional, sexual, social, económica e digital); conceções de vida familiar assentes na ideia de que crianças e mulher devem obediência e submissão ao pai e/ou marido; o ideal do amor romântico e do casamento para toda a vida; revisão crítica do papel tradicional da mulher enquanto cuidadora do lar; modelos, valores, e papéis assimétricos de género com que mulheres e homens são socializados e integrados pela comunidade.

www.cabazdigital.uevora.pt
 



DIGITÁLIAS - LABORATÓRIOS DE ARTE COCRIATIVA


Nos laboratórios recorre-se às artes digitais, visuais, multimédia, performativas e humanistas para desenvolver trabalhos assentes na emoção, na imaginação, na razão e na partilha, que possibilitam às participantes e aos seus filhos traduzirem a experiência traumática da violência, do isolamento, do desespero, mas também do encontro, da amizade, da possibilidade de superação que se enaltece, exponenciando a consciência crítica, cívica e de cidadania.
Entre as temáticas abordadas salientamos: tipos de violência (física, psicológica e emocional, sexual, social, económica e digital); conceções de vida familiar assentes na ideia de que crianças e mulheres devem obediência e submissão ao pai e/ou marido; o ideal do amor romântico e do casamento para toda a vida; revisão crítica do papel tradicional da mulher enquanto cuidadora do lar; modelos, valores e papéis assimétricos de género com que mulheres e homens são socializados e integrados pela comunidade.

Horário: 10h00 – 13h00
Inscrições para o e-mail: associacao.sermulher@gmail.com
Nº limite de participantes por sessão: 10
Local: Centro de Arte e Cultura / Espaço Atrium
https://www.instagram.com/digitaliascoletivomulheres

07 dezembro 24 | Digitálias + Rosemary de Jesus / fios e cocares
LAB08 / FIOS DE ESPERANÇA / Esculturas com fios recorrendo a técnicas mistas
Digitálias + Rosemary Pinto
Na mesa, fios coloridos, aguardam o toque de mãos que, aos poucos, redescobrem a sua força. A oficina propõe a criação de colares esculturais, partilhados coletivamente, nos quais cada nó e entrelaçamento carregam consigo histórias, dores e renascimentos. Cada fio trançado é uma história, cada peça concluída é um grito silencioso de resistência. À medida que os colares tomam forma, as emoções surgem como ondas: lembranças dolorosas, mas também momentos de esperança. Os colares não se limitam à ornamentação, são símbolos de força, poder e capacidade de transformar cicatrizes em obras de arte.


21 dezembro 24 | Digitálias + Bia Leitão / pintura, colagem e monotipia



SESSÕES PASSADAS

09 novembro 24
LAB08 / DJUNTA MÔ / cerâmica
Digitálias + Jacira da Conceição
Djunta mô quer dizer juntar as mãos, sendo um conceito cabo-verdiano que significa entreajuda e que junt@s somos mais fortes.
Neste laboratóro cocriativo a artista cabo-verdiana Jacira da Conceição, irá com o coletivo Digitálias realizar um conjunto de pratos de cerâmica que apela à sororidade entre as mulheres, representando as mãos de cada uma nos pratos e celebrando as conquistas das mulheres após a revolução de 25 de Abril de 1974, que pôs fim aos 41 anos de ditadura salazarista.
Os pratos inspiram-se também na obra Dinner Party (1974-79) da artista Judy Chicago, considerada como uma das primeiras obras de arte feminista, que dá visibilidade ao papel das mulheres na civilização ao longo da história. Nesta instalação encontramos 39 esculturas de pratos em cerâmica, colocadas sobre uma mesa triangular inspiradas em 39 mulheres que se destacaram na mitologia e na história.
https://www.instagram.com/daconceicaojacira


16 novembro 24
LAB08 / CORPO-CASA / assemblage com resíduos
Digitálias + Bel Morada
O nosso corpo é a nossa casa, o porto seguro do nosso interior e o nosso tesouro por natureza. Grande parte do tempo das nossas vidas é passado no interior de casas, locais que deveriam oferecer acolhimento para a nossa fragilidade. Esses sítios a que chamamos de casa são necessários para repousar os nossos corpos e os nossos sentimentos, ofertam formas de nos alimentarmos e aquecermos, e oportunidades para descobrirmos quem realmente somos e quem podemos ser.
As casas em que vivemos são cheias de particularidades e os nossos corpos interagem com os objetos e os seus quartos. A nossa imaginação proporciona uma série de possibilidades e formas de sonhar com casas, com um jardim, uma cama confortável, um fogão a lenha, um aquário de peixes, uma janela onde entre a luz do sol, ou simplesmente quatro paredes quaisquer que nos abracem e à nossa família.
O que pode ser uma casa para nós? O que é ser uma casa? De que formas podemos sonhar com os nossos corpos e com o ambiente de uma casa?
Utilizando técnicas mistas como a assemblage, colagem, desenho e pintura, recorrendo a materiais encontrados no lixo das ruas, vamos desenvolver algumas ideias sobre a casa dos nossos sonhos, e refletir sobre o sentido das casas nas nossas vidas.
https://www.instagram.com/beemorada

23 novembro 24
LAB08 / PAISAGENS DE EMOÇÕES / gravura - técnica aditiva colagraph
Digitálias + Joaquim Tavares
As lutas pessoais pela sobrevivência muitas vezes implicam sentimentos de solidão, e isolamento. No decorrer deste laboratório cocriativo, pretende-se que estas emoções, do foro individual e íntimo, sejam transformadas em paisagens de linhas, formas e cores diversas, territórios comuns partilhados coletivamente, contribuindo para a capacitação emocional das pessoas participantes. A experiência estética é sobretudo dialógica, resultando da interação e ligação entre todos os participantes.
Utilizando a técnica aditiva da colagravura, recorrendo a materiais diversos orgânicos e do dia-a-dia como folhas e flores secas, embalagens, sacos de rede, lixas e objetos domésticos, vamos representar paisagens que espelhem as emoções de cada pessoa, em matrizes de metal que serão impressas sobre papel.


25 novembro 24 | 11h00 - 12h30
28 novembro 24 | 14h00 - 15h30

LAB08 / PELOS DIREITOS DAS MULHERES / crachás + netart
Digitálias + Gabinete para a Igualdade de Género e Inclusão da UÉ
Assinalando o dia 25 de Novembro, “Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres”, o Gabinete para a Igualdade de Género e Inclusão da UÉ junta-se às Digitálias para promoverem uma ação de sensibilização focada na comunidade estudantil, em contexto de laboratório artístico cocriativo, para a emergência da eliminação de todas as formas de violência de que as mulheres e raparigas são alvo.
Recorrendo à linguagem da poesia visual e da “netart”, por meio da escrita de aforismos e lemas respeitantes à violência contra as mulheres, @s estudantes criam crachás cujas imagens são disseminadas na web em www.cabazdigital.uevora.pt e www.instagram.com/digitaliascoletivomulheres


27 novembro 24 | 10h00 - 12h00
LAB08 / E PUR SI MUOVE! - E CONTUDO ELA MOVE-SE! / colagem e fotomontagem
Digitálias + CPCJ-Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens.
No âmbito das duas semanas de comemorações do dia 25 de Novembro, “Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres”, as Digitálias realizam um laboratório inspirado na célebre frase “e pur si muove” do matemático, físico e filósofo italiano Galileu Galilei. Esta frase foi pronunciada por Galileu, depois de haver sido obrigado pelo Santo Ofício a abjurar a pretendida heresia de que a Terra gira, no espaço, sobre si mesma. No decorrer do laboratório de fotomontagem e colagem, é prestada homenagem a muitas mulheres que a pesar das adversidades resultantes de uma desigualdade de género sistémica, ergueram as suas vozes para contribuir para as mudanças políticas, sociais e culturais, tendo sido mesmo algumas delas vítimas de femicídio. Entre as mulheres a que prestamos homenagem destacamos: Angela Davis, Paula Rego, Marielle Franco, Gisèle Pelicot, Ahoo Daryaei, Rebecca Cheptgei, As Três Marias (Maria Velho da Costa, Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta), Carolina Beatriz Ângelo.


29 novembro 24
Digitálias + Hélder Casaca
O trabalho têxtil é com frequência associado ao feminino, ao cuidado e ao doméstico, e as práticas em torno deste configuram espaços identitários no âmbito da família, do coletivo e do comunitário, com diferentes dimensões de género, étnicas, raciais, urbanas ou rurais, entre outras. Os têxteis estão enredados na nossa vida quotidiana, encontrando-se tão próximos da nossa pele que por vezes se tornam quase invisíveis, refletindo a nossa relação com o corpo e a nossa própria história. Com os fios tecemos as nossas memórias passadas e sonhos futuros, e costuramos e remendamos saberes, afetos e emoções. No decorrer deste laboratório, lãs, objetos e elementos orgânicos são entrelaçados nas teias de pequenos teares, estimulando-se conversas, trocas de ideias e partilhas diversas entre os participantes, e promovendo-se um espaço de criação e liberdade.