Constituindo um dos pontos altos da programação do Centro de Arte e Cultura para 2024, esta exposição individual de Alfredo Cunha conta uma história da década de 1970, em Portugal, através de 36 fotografias, algumas das quais inéditas, todas com um traço comum: o olhar de quem era criança no 25 de Abril de 1974. É uma exposição que convida a refletir sobre a nossa história partilhada.
O tempo de todas as perguntas não pretende oferecer respostas; antes, levanta questões: quem erámos enquanto sociedade há 50 anos, em abril de 1974, e que caminho percorremos durante estas cinco décadas de democracia? Nesse sentido, trata-se de uma proposta de viagem a dois tempos distintos: ao passado, que nos marcou coletivamente; ao futuro, através da esperança refletida em todos estes rostos fotografados por Alfredo Cunha. Talvez haja mesmo um terceiro tempo passível de conjugação nesta exposição: o presente, que nos merece uma reflexão, aberta, crítica e disponível.
Descarregue AQUI a brochura da exposição.
ALFREDO CUNHA (Celorico da Beira, 1953)
Em 1970, iniciou a carreira profissional em fotografia publicitária e comercial; no ano seguinte, estreou-se como fotojornalista no jornal Notícias da Amadora. Colaborou com os jornais OSé
culo e O Século Ilustrado, com a revista Vida Mundial, com a Agência Noticiosa Portuguesa – ANOP e com as agências Notícias de Portugal e Lusa.Foi fotógrafo oficial dos presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares, e recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.
No jornal Público, foi editor fotográfico entre 1989 e 1997, e integrou o grupo Edipresse como fotógrafo e editor. Em 2000, começou a trabalhar na revista semanal Focus. Em 2002, colaborou com Ana Sousa Dias no programa televisivo Por Outro Lado, da RTP2. Entre 2003 e 2009, foi fotógrafo e editor do Jornal de Notícias. De 2010 a 2012, foi diretor fotográfico da Agência Global Imagens. Atualmente, trabalha como freelancer e desenvolve vários projetos editoriais.
Do seu percurso, destacam-se as séries de fotografias dedicadas ao 25 de Abril de 1974, à descolonização portuguesa em Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Cabo Verde, ao PREC (Processo Revolucionário em Curso, 1974-1975), à queda de Nicolae Ceausescu, na Roménia (1989), e à Guerra do Iraque (2003).
Publicou diversos livros de fotografia, entre os quais: Raízes da Nossa Força (1972), Vidas Alheias (1975), Disparos (1976), Naquele Tempo (1995), O Melhor Café (1996), Porto de Mar (1998), 77 Fotografias e Um Retrato (1999), Cidade das Pontes (2001), Cuidado com as Crianças (2003), Cortina dos Dias (2012), O Grande Incêndio do Chiado (2013), Os Rapazes dos Tanques (2014), Toda a Esperança do Mundo (2015), Felicidade (2016), Fátima, enquanto Houver Portugueses (2017), Mário Soares (2017), Retratos 1970-2018 (2018), O Tempo das Mulheres (2019), A Cidade Que não Existia (2020), Leica Years (2020), Dedicatória (2021), O Livro da Maia (2021), A Benção dos Animais (2021), Porto – A Cidade das Pontes (2022), Rua do Anjo (2022), Quorum Ballet (2023), Casa da Cidadania Salgueiro Maia - Castelo de Vide (2023) e 25 de abril de 1974, Quinta-feira (2023).
PATRÍCIA REIS (Lisboa, 1970)
Estudou História e História de Arte, e tem um mestrado em Ciência das Religiões. Começou a sua carreira jornalística em 1988, no semanário O Independente. Trabalhou em diferentes órgãos de comunicação social, incluindo o Expresso e o Público. Realizou um estágio na revista norte-americana Time, em Nova Iorque. Trabalhou em produção de programas de televisão e foi coautora de um programa de rádio sobre Literatura. Editora da revista Egoísta, tem feito a curadoria artística da publicação desde o seu lançamento, em 2000. A Egoísta, revista multipremiada, é um reflexo da forma como entende a arte e a cultura.
Publicou vários livros de ficção nas Publicações Dom Quixote, e é autora da coleção infantojuvenil Diário do Micas e de outros volumes infantis, todos com o selo do Plano Nacional de Leitura. É coapresentadora do podcast Um Género de Conversa. Em 2024, publicará a biografia de Maria Teresa Horta.